INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Fonte: Goleman, Daniel. O poder da Inteligência Emocional. Apêndice B – Págs 251 a 254. Editora Campus, 2002
AUTOCONSCIÊNCIA
• Autoconsciência emocional. As pessoas de elevada autoconsciência emocional mantêm-se em sintonia com seus sinais internos, reconhecendo como seus sentimentos os afetam e ao seu desempenho profissional. Permanecem em harmonia com seus valores básicos, e não raro são capazes de intuir o melhor curso de ação, conseguindo enxergar a situação geral por trás de um cenário complexo. Líderes emocionalmente autoconscientes podem ser francos e autênticos, capazes de falar abertamente sobre suas emoções ou com convicção das metas a que visam.
• Auto-avaliação precisa. As pessoas de grande autoconsciência costumam conhecer bem suas limitações e seus pontos fortes, e exibem um bom senso de humor em relação a si mesmos. Percebem com facilidade sob que aspectos precisam aprimorar-se, e são receptivos a críticas e feedback. A auto-avaliação acurada permite que o líder saiba quando pedir ajuda e em que pontos concentrar-se ao cultivar novas qualidades de liderança.
• Autoconfiança. O conhecimento exato de suas capacidades permite que os líderes ajam dentro dos seus limites. Os líderes auto-confiantes aceitam de bom grado uma missão difícil. Em geral, possuem um senso de presença e uma segurança que os leva a se destacar dentro de um grupo.
AUTOGESTÃO
• Autocontrole. As pessoas dotados de bom autocontrole emocional encontram maneiras de administrar seus impulsos e emoções mais perturbadores, e até de canalizá-los de forma proveitosa. Um exemplo de autocontrole é o do líder que permanece calmo e continua com a cabeça no lugar mesmo sob grande pressão ou durante uma crise - ou que mantém a tranqüilidade mesmo diante da situação mais estressante.
• Transparência. As pessoas que são transparentes põem seus valores em prática. A transparência - a exposição franca, perante os demais, de seus sentimentos, crenças e atos - possibilita a integridade. Tais líderes assumem abertamente erros ou falhas e, em vez de fazer vista grossa para o comportamento antiético alheio, preferem confrontá-lo.
• Adaptabilidade. As pessoas adaptáveis são capazes de lidar com várias demandas simultaneamente sem perder seu foco ou energia, e sentem-se à vontade com as ambigüidades inevitáveis da vida organizacional. Podem ser flexíveis na adaptação aos novos desafios, ágeis na adequação à mudança contínua e maleáveis em suas idéias diante de novas informações ou realidades.
• Superação. As pessoas fortes em termos de superação possuem padrões pessoais elevados, que os levam a uma busca contínua de aprimoramento da performance — tanto a sua quanto a de seus liderados. São pragmáticos, estabelecendo metas mensuráveis mas desafiadoras, e conseguem calcular o risco de modo que seus objetivos sejam de grande valia, mas viáveis. Um indício de superação é a contínua aprendizagem - e ensino - de novas maneiras de melhorar.
• Iniciativa. As pessoas dotadas de um senso de eficácia - a consciência de possuir o que é preciso para controlar seu próprio destino - destaca-se sob o aspecto da iniciativa. Aproveita oportunidades - ou as cria - em vez de apenas esperar por elas. Tal líder não hesita em ultrapassar limites ou até dobrar as regras, quando necessário para criar melhores possibilidades para o futuro.
• Otimismo. As pessoas otimistas suporta as adversidades de cabeça erguida, enxergando nos reveses oportunidades, não ameaças. Vê os demais sob um prisma positivo, esperando deles o melhor. Sua perspectiva do "copo meio cheio" leva-o a esperar que as mudanças, no futuro, sejam para melhor.
CONSCIÊNCIA SOCIAL
• Empatia. As pessoas empáticos conseguem entrar em sintonia com uma ampla variedade de sinais emocionais, o que lhes permite perceber as emoções sentidas, mas não ditas, por uma pessoa ou grupo. Esses líderes escutam com atenção e são capazes de colocar-se no lugar do outro. A empatia permite-lhes se darem bem com gente proveniente dos mais diversos extratos sociais ou de outras culturas.
• Consciência organizacional. As pessoas dotados de uma aguda consciência social pode demonstrar grande astúcia política, mostrando-se capaz de identificar redes sociais cruciais e compreender as principais relações de poder. Tende a compreender as forças políticas em atividade na organização, assim como os valores básicos e regras subentendidas que regem o comportamento das pessoas ali dentro.
• Serviço. As pessoas fortes na competência do serviço fomentam um clima emocional tal que as pessoas que entram em contato direto com o cliente mantêm com ele um relacionamento em condições ideais. Esses líderes monitoram cuidadosamente a satisfação dos clientes, certificando-se de que estejam obtendo tudo de que precisam. Também encontram-se disponíveis quando necessário.
ADMINISTRAÇÃO DE RELACIONAMENTOS
• Inspiração. As pessoas inspiradores criam ressonância e instigam as pessoas com uma visão empolgante ou uma missão compartilhada. Tais líderes são a personificação do que pedem dos demais, conseguindo articular uma missão de modo a inspirar os outros a segui-los. Fomentam um sentido de objetivo comum que vai além das tarefas cotidianas, tornando o trabalho mais estimulante.
• Influência. Os indicadores da capacidade de influência de um líder vão desde encontrar o apelo correto para determinado ouvinte até saber como conquistar a adesão de pessoas fundamentais e construir uma rede de apoio para uma iniciativa. Os líderes versados nas artes da influência são persuasivos e envolventes ao dirigirem-se a um grupo.
• Desenvolvimento dos demais. As pessoas hábeis no cultivo das habilidades alheias demonstram um interesse genuíno por aqueles que estão ajudando e compreendem suas metas e seus pontos fortes e fracos. Sabem como dar um feedback oportuno e construtivo, e são mentores ou coaches naturais.
• Catalisação de mudanças. As pessoas capazes de catalisar a mudança sabem não só reconhecer a necessidade de transformação como desafiar o status quo e bater-se pela nova ordem. Podem revelar-se grandes patronos da mudança mesmo face a intensa oposição, defendendo seus pontos de vista de forma arrebatadora. Também encontram maneiras práticas de superar os obstáculos à mudança.
• Gerenciamento de conflitos. As pessoas que melhor gerenciam conflitos são os que sabem fazer com que todas as partes se manifestem e compreendem as diferentes perspectivas, para então encontrar um ideal comum que conte com o endosso geral. Aparam as arestas, reconhecem os sentimentos e pontos de vista de todos os lados e, em seguida, redirecionam a energia para um ideal comum.
• Trabalho em equipe e colaboração. As pessoas que trabalham bem em grupo produzem uma atmosfera de solidariedade amistosa e constituem, eles mesmos, modelos de respeito, prestimosidade e cooperação. Inspiram nos demais um compromisso ativo e entusiástico com o esforço coletivo, e promovem a fidelidade e a identificação. Dedicam seu tempo ao desenvolvimento e fortalecimento de relações íntimas entre meros colegas de trabalho.
QUADRO DE COMPETÊNCIAS DE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Eu interno: eu comigo mesmo | Eu externo: eu com os outros |
Saber perceber e entender as próprias emoções AUTOCONSCIÊNCIA | Perceber e entender as emoções dos outros CONSCIÊNCIA SOCIAL |
Autopercepção Autocrítica Autoconfiança | Empatia Consciência do grupo Orientação para servir |
Saber controlar os impulsos e as emoções AUTOGESTÃO | Utilizar o potencial das emoções nos relacionamentos ADMINISTRAÇÃO DE RELACIONAMENTOS |
Autocontrole Transparência Superação Flexibilidade Iniciativa Otimismo | Inspiração Influência / Liderança Desenvolvimento dos outros Catalisação de mudanças Gerenciamento de conflitos Trabalho em equipe e colaboração |